Deu a louca no império!

A força militar nazista estava a frente de seus congêneres militarmente com sua tática de BlitzKrieg e seus oficiais bem treinados, mas Hitler cometeu um erro fatal, acreditou na massa de mentira que criou, acreditou no mito da invencibilidade e superioridade da sua raça. Se Hitler tivesse cometido o perigoso bom senso de recuar antes do inverno russo, como tanto apelaram seus generais, o regime nazista teria sobrevivido e tolerado por muitos anos tal como foi tolerado até bom pouco tempo atrás no ocidente o Apartheid na Africa do Sul.

O nazismo e o fascismo foram todos mistificados sob um conceito vago que não significa absolutamente nada, o totalitarismo. Mas o que eram, formalmente e abertamente, o que dava a eles coesão ideológica não era a “absolutismo estatal”, pois, como se sabe, e é pouco noticiado, o primeiro programa de privatização em massa surgiu na Itália de Mussolini e foi copiado por Hitler[?], além de serem apoiados e financiados por suas elites econômicas. A identidade política desses regimes pode ser definida simplesmente pelo imperialismo. Todo o resto é derivado dele, desde o culto a personalidade, que não é nenhuma invenção moderna, vem desde os imperadores antigos que se diziam descendentes de deuses, ou mesmo a repressão, propaganda, etc.

Claro que os meios (mídias) modernos deram um poder a propaganda que nunca havia sido visto antes, e hoje, a propaganda, geralmente travestida de jornalismo, é a arma principal dos impérios modernos.

Tudo isso é para situarmos o atual último império da terra, os Estados Unidos da América. Diferente de outros impérios, é um império trapalháo, é o único império da história que nunca vencera uma mísera guerra. Perdeu na Coreia, no Vietnã, no Afeganistão, no Iraque, e mesmo contra o Japão, mesmo com duas genocidas bombas atômicas, os termos de rendição foram definidos pelos “perdedores” (com a permanência do cargo de imperador).

A falha de Hitler, que foi a falha idêntica de Napoleão, revela a causa-mortis dos impérios: hubrys. Os gregos diziam que antes os deuses enlouqueciam os homens para depois destruí-los. A atual política externa americana é de tal forma insana, com sua beligerância histérica contra a Rússia, com seu armamento clandestino imoral de terroristas (confirmado com a informação oficial pelos os EUA de que seus moderados treinados são apenas cinco combatentes), com sua postura absolutamente pueril em se manter como força intimidadora no mundo, mostra que a hubrys americana está no seu máximo, a ponto de abertamente defender uma guerra contra a Rússia, ou desejar publicamente ataques terroristas contra russos, ou pior, no ápice de sua fragilidade econômica brincar de III Guerra Mundial.

Esse padrão moral abjeto não é exatamente uma novidade, os governos americanos, sejam eles democratas ou republicanos, apoiaram sistematicamente todas as ditaduras latino-americanas e ainda agora, nesse momento, apoiam ditaduras como a saudita, cujo silencio cúmplice da grande imprensa europeia e americana demonstra bem o tipo de “liberdade de expressão” que eles praticam, defendem e representam.

O caso do Snowden, Assange e Maining é ainda mais imoral, abjeto e cínico. Caçados implacavelmente como terroristas, “traidores” e bandidos, apenas por ter revelado verdades do império americano. Hoje vivemos um mundo é que a verdade é um crime cuja pena é o desterro, a prisão ou a morte.

Mas de fato, o surgimento de impérios sempre foram formados em momento de degeneração. Desde o império macedônico e romano, com suas orgias de sexo e sangue, passando pelo império britânico e sua exploração monstruosa e colonialismo brutal, até chegar ao império americano, e suas ditaduras aliadas, suas bombas atômicas, suas desestabilizações, suas mentiras. O império é a forma política de uma sociedade completamente degenerada e decadente, é o grau máximo de putrefação de todas as instituições públicas.

Os EUA não estão apenas mancando economicamente, no atual momento os EUA vivem a maior bolha de ações de sua história, com o mercado altista superando todos os máximos, inclusive dos dias que antecederam a Grande Depressão. A única forma de evitar o estouro da bolha é aplicar políticas recessivas que desacelerem a economia para ajustá-la a realidade, mas o “império” não quer desacelerar, sua política econômica oficial, o QE, não só não está desinflando a bolha, como a está inflando furiosamente mantendo os juros reais abaixo de zero para financiar recompra de ações das próprias empresas[?]. Nada mais do 80% dos ganhos das 500 maiores empresas listadas em bolsa nos estados está alocada em recomprar suas próprias ações, e mantê-las artificialmente altas.

Quando vai estourar essa bolha, não podemos predizer, tudo vai depender de quanto mais tempo podem continuar inflando essa bolha. O problema é que quanto mais inflam, mais fica caro continuar inflando. Se pararem o QE, a bolha pode estourar, se não pararem, ela ficará maior, aumentando o impacto de seu estouro. A política de Obama é passar a batata quente para o governo seguinte, sobretudo, se esse governo for um desafeto interno como Hillary ou qualquer republicano que o sabotou implacavelmente todos os dias de seu governo.

A forma desesperada, tresloucada, histérica, celerada e bestial com que os EUA estão realizando sua política externa agora, sobretudo, contra a Rússia, causa a impressão de que os EUA estão correndo contra o tempo para afastar as nações que tomariam suas posições geopolíticas no vácuo internacional que a crise interna americana provocaria, e ao mesmo tempo tentando espalhar ao máximo os danos da sua crise para o resto do mundo.

E de fato, a economia russa é uma das economias mais economicamente independentes frente a economia americana, mesmo a poderosa China se espatifaria em pedaços com um grave crise econômica americana, dado sua dependência mútua. Mas a Rússia, totalmente integrada regionalmente e com um dos níveis de endividamento mais baixos do mundo, ficaria ilesa, e mesmo, como temem os americanos, se beneficiaria grandemente da próxima crise.

A política externa americana no Oriente Media sequer é americana, é uma descarada transação de favores com a ditadura saudita para manter vivo o petrodolar. Se a reciclagem petrodolar parar, uma imensa bolha cambial que o dólar atualmente vive o aumento vertiginoso da circulação monetária que o QE realiza por conta de seus juros abaixo de zero, irá estourar na maior crise hiper-inflacionária já conhecida.

Se olharmos todas as ameaças que pairam sobre a economia americana: bolhas de ações, bolha de ativos, bolha cambial, crise fiscal, crise laboral (desemprego real chega a mais de 20%)[?], bolha no mercado de shale gás, em razão do baixo preço do petróleo, etc. Só observando todas essas ameaças começando a compreender a lógica de toda essa loucura, loucura completamente inédita mesmo para os padrões sociopatas dos governos americanos, é a consciência desesperada de seu colapso eminente.

p.s.: Hillary é hoje a face mais repugnante do imperialismo americano, responsável por toda a farsa do “Assad tem de sair” e do golpe de Estado na Ucrânia. Enquanto o “socialista” Bernie Sanders foi uma completo fiasco em seu último debate, gaguejando sobre seu “socialismo” escandinavo e miando sobre a política externa repulsiva de seu partido.

 
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