RE: capital suíno, parte II

Como essa espécie suína gosta de replicar sem tréplica, e de criticar sem ser criticado, segue minha segunda tentativa de debate. Rebato aqui mais uma refutação fajuta do porquinho.

1 – Nem contra, nem a favor do aborto, muito pelo contrário

Assim, “liberalisticamente” falando, se você acha que um embrião é propriedade do corpo ou um indivíduo formado, você chegará a uma conclusão liberal pro-choice ou pro-life. Essa agenda de aborto, casamento gay, liberação de drogas, etc é uma pauta do liberalismo americano, de esquerda ou direita, não do “socialismo”. A pauta socialista é luta de classes, capital vs trabalho, nada além disso.

2- Liberalismo não liberal da legalização das drogas

Um socialista debateria se a criminalização ou regulação das drogas, segundo diversas experiências e dados científicos, seria mais bem sucedida no combate às drogas. Já um liberalista resolveria assim: você é a favor ou contra “liberar” a maconha? Faz me rir!

3 - O liberalismo não é autoritário de jure, ainda que de facto

Depois dos liberais terem apoiado Hitler, Mussolini e Pinochet, e defendido o golpe contra Jango (1964), Chaves(2002), etc,. Mas, diz o porco liberal, os liberais não são autoritários em princípio. De fato, é sempre como meios anti-liberais contra o comunismo que eles justificam os fins liberais.

4 - A Escola Sem Partido e opositor que não discorda

Se o marxismo pequeno-burguês fosse de fato banido não só das escolas, como também das faculdades, o socialismo científico agradeceria muito.

5/6 - Liberal só é a favor de Crivela/Trump por oposição?

Assim, podemos concluir que um liberal é visceralmente contra um Crivela ou Trump, mas se torna patologicamente a favor imediatamente caso não tenha outra opção, como no passado, como já demonstrado aqui, defenderam golpes, torturas, ditaduras e tiranos por “falta de opção”.

7 - Um liberal apoiar Bolsonaro, nunca! mas…

Na coerente doutrina do “mal menor”, digamos um Lula vs Bolsonaro, a “tremenda incoerência” liberal de votar no Bolsonar vai magicamente se converter em imperativo categórico do “verdadeiro liberal”.

8 - O liberalismo de esquerda do feminismo

As políticas de identidades (feminismo, anti-racismo, etc), defendida pelo clintonismo, New Labour, terceira via - foram uma inclinação conservadora contra a política de classes. Contudo, fique tranquilo quanto a isso, o New Labour foi enterrado por Jeremy Corbyn, e o DNC já está defendendo 0 retorno da política de classes e o fim desse “liberalismo de esquerda”.

9 - A pobreza absoluta de uma preguiça ideológica

Vamos lá, acompanhe esse raciocínio, talvez você entenda. Se um americano pobre é tão rico quando um brasileiro de classe média, logo, a pobreza é uma categoria relativa, logo se aumenta a desigualdade SOCIAL, significa que a parcela mais pobre, ficou mais pobre (em relação a riqueza nacional). Entendeu?

10 - O esquizofrênico liberalismo austríaco

O liberalismo austríaco é realmente estranho, eles denominam como “corporação” todo o grande capital, que para eles só não representam o capitalismo no seu auge, como sequer seria capitalismo, e por quê? O grande capital controla o Estado, e eles são anti-estatistas, o grande capital recebe as benesses do protecionismo, e eles são livre-cambistas, etc. Em suma, se o Estado é capitalista, logo, segundo o anti-estatismo austríaco, o capital não é capitalista. O socialismo aborda apenas o grande capital, porque sabe que o pequeno capital (micro-empresários) tem pouca contribuição no PIB mundial e são um forma transitória ou para a falência, ou para crescerem, e assim, se tornarem também uma corporação.

11 - O liberalismo teológico: entre o ateísmo esnobe e o teísmo hipócrita

Para o socialismo científico, a religião é “o espírito de um mundo sem espírito”, ela é o “ópio do povo”, pois alivia as suas dores. Enquanto que para o ateísmo liberal a religião é mera imbecilidade, delírio e outras tolices esnobes de quem nunca estudou qualquer artigo científico sobre a religião, como de um scholar como Reza Aslham ou Claude Lévi-Strauss, apenas colecionam ditirambos nihilistas, iluministas e positivas.

12 - O liberalismo liberal do anti-liberalismo anti-gay

O LGBT faz parte da pauta do “liberalismo de esquerda”, que, obviamente, não é parte da agenda socialista, já que o socialismo tem coisas mais graves para se preocupar, como saúde, transporte, moradia, emprego, etc.

Se trata de mero casuísmo ideológico: se um homossexual assumido como Milo, editor de Breibart, é um ferrenho provocador pró-capitalista, eles adoram os homosexuais e acusam de homofóbicos os que criticam o tal Milo. Contudo, se os direitos dos homossexuais for uma forte pauta política das esquerdas, como no Brasil, eles são homofóbicos com orgulho.

 
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