Inflexão ...

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Soldados, Legião Urbana

Soldado é uma das músicas mais interessantes, para mim, da Legião Urbana, apesar de ter essa sensação de ser meio clandestina, pois me parece uma música um pouco injustiçada, talvez por ter um arranjo que não explora todo o seu potencial, em razão de ser ainda o começo profissional da banda (primeiro álbum).

A música parece acelerar sobre sua poesia reflexiva, essa sensação se confirma se você experimentar algum software que permita desacelerar a música. Tudo começa do nada com duas batidas secas e diretas, logo em seguida, o teclado em poucas notas, apesar ou mesmo por causa de seu minimalismo, é um dos solos que, para mim, consegue transferir tanta expressividade quantos os mais inspirados de Slash do Guns.

 Nossas meninas estão longe daqui, 
 não temos por quem chorar e nem para onde ir.
 Se lembra quando era só brincadeira,
 fingir ser soldado, a tarde inteira?

As “nossas...

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O vale-tudo contra Trump

Wall Street, com seu governo Obama, fizeram tudo que podiam para sabotar Trump, seja na indicação, na eleição, no colégio eleitoral, e até na posse. Faltam hoje alguns dias para a posse de Trump, não se pode especular muito pelo que o Obama pode fazer, porque onde a imaginação alcança ele já fez: estimulou protestos de rua, expulsou 35 diplomatas russos, utilizou relatórios duvidosos para acusar a Trump de servir ao Putin, etc.

Trump nunca teria qualquer chance se não tivesse sido tão furiosa e estranhamente combatido. Essa unanimidade do ódio onipresente tornou um candidato irrelevante em centro do show, e houve uma união entre o eleitorado anti-Obama republicano com o eleitor frustrado com a política vigente e enfastiado com o mais-do-mesmo político.

É fácil imaginar parte desse desespero, considerando que a geopolítica do governo Obama, que representa a política de toda a elite...

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Brexit e o efeito dominó

Nesse artigo irei analisar a sucessão de eventos dessa nova direita nacionalista-populista que está atropelando a elite global.

1) Brexit

O Brexit resultou na saída de um dos três maiores países da União Européia. Com o projeto europeu reduzido a uma corrida anexionista do leste-europeu contra a Rússia, o Brexit não poderia ter vindo em pior momento.

Com a saída do Reino Unido, o apelo do projeto europeu colapsou, um bom exemplo é a Turquia, que já vaticina desistir de adesão, depois de vitimada com tantas chantagens e exigências em seu processo.

2) Trump

Se o Brexit um bomba no coração da Europa, Trump foi uma bomba no coração do mundo. Ele inverte toda a geopolítica vigente no conflito sírio, ucraniano, nas relações com a Rússia, Irã, no status da OTAN, destroi toda a estratégia econômica de contenção russo-chinesa com o fim dos tratados transatlântico e transpacífico. Ainda não...

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O fim da Midiocracia Ocidental

Na Era Bush, a política externa dos EUA e de seus vassalos fora auto-denominada de “comunidade internacional”, uma espécie de ONU clandestina, já que a ONU oficial não concordava com ele. Obama foi um pouco mais atrevido e denominou “Ocidente” tudo que dizia respeito a política externa americana.

De Reagan a Obama, o mundo experimentou uma mesma ordem econômica internacional (neoliberalismo), e de Bush a Obama se sujeitou a uma mesma ordem política internacional (neoconservadorismo). Não importa o quanto Republicanos e Democratas divergissem furiosamente, tudo no que tocava geopolítica e política econômica era indiscutível, garantido pelo pós-ideológico compartilhamento bipartidário de doadores de campanha.

OS EXTREMOS SE UNEM NOS EUA

Os ditos libertários e os progressistas, extremos opostos no espectro político americano, estão começando a perceber que aquilo que os separa é menor...

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Será bom o Governo Trump? Para Paul Krugman, sim!

Paul Krugman, ferrenho eleitor de Hillary, lançou um artigo-vacina para avisar aos seus (e)leitores que todas as previsões catastróficas contra Trump não se realizariam de imediato, e que talvez, poderia até melhorar a economia em curto prazo, como ocorreu no pós-Brexit, concluindo que as profecias apocalípticas dos mercados, das mídias, dos economistas, das celebridades, e dele, só se cumpririam no longo prazo.

Mas como diria Keynes, o guru de Krugman, “no longo prazo, todos estaremos mortos”. Sobretudo, estarão mortos os crédulos da velha mídia, que não poderão estar vivos nesse futuro distante inatingível para constatar o quanto estavam ludibriados.

Krugman nos diz, a contra-gosto, que sim, o governo Trump pode dar certo no curto e médio prazo, isto é, durante os 8 anos, no caso de reeleição. Mas tal reeleição ocorreria, já que, segundo o próprio Krugman, Trump seria bem sucedido no...

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Trump ou Temer, eis a questão.

A globalização morreu, é isso mesmo? E ao perder a direita globalista, a esquerda euro-americana não tem meios de levar essa bandeira, apelando para um agora inexistente pragmatismo eleitoral que não se justifica mais. A elite ocidental está perplexa e sem saídas.

  • fim do Consenso de Washington (a respeito da globalização);
  • implosão da política de contenção da OTAN;
  • colapso do jogo de chantagens da plataforma neoliberal;
  • influência externa arranhada, dada a campanha anti-Trump;
  • reviravolta total no conflito ucraniano e sírio;

São tantos danos, tantas rachaduras, que não há recursos suficientes para tentar tapar cada buraco, estão simplesmente em pânico. Um dano, difícil de mensurar e subestimar, é o soft-power completamente destruído com a vitória de Trump. Ao demonizar completamente o candidato, tornou o governo americano completamente frágil, tanto internamente (protestos), quanto...

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Trump, ou a contra-revolução da contra-revolução.

Em lógica, a negação da negação é uma afirmação. Hillary firmou uma contra-revolução que esmagou com fraude e conluio a revolução defendida abertamente por Bernie Sanders, cujo Obama foi um prólogo em 2008. Então veio Trump, ele leu os desejos reprimidos e deu voz, e sobretudo, fez o que lhe consagrou a vitória, não recuou. Não recuou sequer quando acusavam de ser agente russo, por mais absurda que fosse, toda imprensa repetia como verdade. E Trump venceu, venceu porque não traiu aqueles que queriam um candidato que interrompesse a escalada de uma guerra nuclear contra a Rússia e não temesse enfrentar “o estabilishment”.

Mas como foi com o Obama, uma coisa é o que o eleitor quer ouvir, outra coisa é o que o eleito vai fazer. Todos os olhos estão agora sob o secretariado dele, porque foi no secretariado de Obama que foi selado sua traição eleitoral, colocando neoconservadores apesar de...

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Hillary a beira do abismo

Como analisado no meu artigo “Ironia Trump”, toda estratégia de Hillary se centra em um único ativo: “mídia”, cujo detém controle quase totalitário. E sua estratégia de propaganda é simples, Trump é muito mal e eu sou a única que pode evitar que ele seja eleito.

A estratégia de campanha negativa, que será uma guerra bipartidária para quem mais aumenta a rejeição ao oponente, tática que os republicanos são Expert, trará muito mais danos a uma candidatura até o momento intocada do que a um candidato calejado pelas prévias vicerais dos Republicanos, como Trump. Se Hillary não concentrar sua colossal máquina de propaganda na difícil tarefa de diminuição da sua rejeição, o sistema bipartidário americano irá colapsar em um duelo de ódio mútuo.

Essa bolha de proteção sobre Hillary construída pela imensa máquina de propaganda plutocrática que ela representa, tornou o voto democrata...

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O poker de Erdogan

Erdogan resistiu bravamente as contínuas tentativas da UE e dos EUA de lhe impor uma política de vassalagem, e usou todas suas armas e oportunidades para isso. Ao que parece, Erdogan se cansou das ferramentas de chantagens que sofria:

  • processo de adesão a UE
  • rede gulenista com seu líder sediado nos EUA

Erdogan, talvez com ajuda da inteligência russa, deve ter recebido material já no movimento de reaproximação com Putin, em que revelava não só o golpe. Então veio o golpe fracassado e o contra-golpe de Erdogan foi absolutamente formidável e fulminante.

Os gulenistas na imprensa, escolas, judiciário, polícia, ongs e exércitos foram devidamente presos ou demitidos. Onde quer que houvesse quinta coluna americana na Turquia, ela foi varrida do mapa. Agora Erdogan tem as melhores cartas na mão contra Merkel e Obama: imigrantes e Incirlik.

A reação ocidental foi desastrosa, mal o golpe foi...

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Trump vencerá: 10 razões

01 - ESPERANÇA X MEDO

A “mass media” clintoniana repete dia e noite que “Trump apela para o medo” enquanto que a campanha de Hillary se baseia exclusivamente em assustar as pessoas sobre as terríveis consequências de se eleger Trump. Não lhe lembra o Brexit? Ah, lhes aviso, se votarem no Brexit, será o fim do Reino Unido e do mundo! Bem, o Brexit criou um precedente que desmoralizou fortemente esse tipo de “terrorismo”.

Absolutamente, Hillary não representa em nenhum grau qualquer esperança de mudança, pois, ela mesma está calcando sua campanha totalmente na promessa de garantir a continuidade de Obama, como uma estratégia desesperada de herdar seus decisivos eleitores latinos e negros.

Nessas eleições, dentro da ditadura bipartidária americana, somente um candidato encarna esperança e mudança, Trump. E não importa o que fará no governo, pois nos EUA, não importa o que se diz na...

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